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A Aston Martin tem sido um dos principais pontos de discussão da temporada 2023 da Fórmula 1, tanto pelo início incrível de campeonato quanto pelo sua recente queda de desempenho.
Com Fernando Alonso trazendo emoção nas primeiras corridas, surgindo como o principal desafiador da Red Bull, a equipe chegou até a pensar na vitória em Mônaco. Mas após uma marca impressionante de seis pódios nas oito primeiras corridas, a situação ficou mais complicada.
Desde o GP da Áustria, os melhores resultados de Alonso foram quintos lugares, enquanto McLaren, Mercedes e Ferrari somam pódios nesse período. A mudança na forma levantou muitas dúvidas, com o próprio espanhol deixando no ar a possibilidade disso ter sido causado pela mudança na construção do pneu da Pirelli, uma versão introduzida em Silverstone.
Porém, a direção da Aston Martin rechaçou essa teoria, sugerindo que isso pode ter relação com o pacote de atualização introduzido no Canadá, causando mudanças de perfil que a equipe não compreendeu imediatamente.
Esses ‘efeitos colaterais’, como dito recentemente pelo chefe Mike Krack, não foram notados no Canadá por causa da natureza de baixo downforce e arrasto do Circuito Gilles Villeneuve, mas acabaram ficando expostos em pistas que exigem uma carga maior.
Como dito pelo diretor de performance Tom McCullogh: “Você sempte tenta acrescentar performance de base, mas raramente consegue fazer isso sem mudar características. Então é isso que sempre estamos tentar entender”.
Uma performance mais encorajadora na Bélgica, com Alonso terminando em quinto, deixou a equipe com a sensação de que havia encontrado o ponto de virada na compreensão do carro, deixando uma expectativa melhor para a segunda parte da temporada.
“Os dados parecem positivos pelo que vimos até aqui”, disse Krack. “Parecíamos mais competitivos do que recentemente”.
The Aston Martin team cheer Fernando Alonso, Aston Martin AMR23, 3rd position, over the line
Photo by: Zak Mauger / Motorsport Images
Uma explicação sobre a asa flexível?
Mas rivais no paddock sugeriram que há outra resposta ainda mais intrigante para explicar a mudança na forma da Aston Martin – e ela tem certa relação com a manobra da FIA para coibir asas flexíveis.
Segundo apurado pelo Motorsport.com, a FIA está prestando uma atenção particular à construção das asas dianteiras neste ano para garantir que as equipes não estejam usando soluções inteligentes para se beneficiar de componentes flexíveis.
A FIA e as equipes estão cientes há um bom tempo que, se uma equipe pode projetar uma asa dianteira forte suficiente quando parada para passar pelos testes de carga conduzidos na garagem, e que podem se flexionar de forma controlada sob velocidade nas pistas, é possível desbloquear uma boa performance.
Isso tem sido um campo de batalha constante entre equipes e a FIA, e é um problema que dificilmente será erradicado, já que é quase impossível fazer asas 100% rígidas.
Segundo apurado, mais cedo na temporada, a FIA intensificou sua análise de vários designs, expressando preocupações sobre a construção de várias asas dianteiras, com suspeitas de uma flexibilização maior do que julgava necessário.
Apesar das asas terem passado pelos testes de carga que checam flexibilidade, e nunca tivemos qualquer tipo de sugestão sobre carros ilegais, qualquer design que permite a flexibilização das asas sob uma determinada velocidade representa uma violação do Artigo 3.2.2 do Regulamento Técnico.
A regra diz: “Todo componente aerodinâmico ou carenagem que influencia a aerodinâmica do carro deve estar rigidamente segura e imóvel sobre o quadro de referência definido no Artigo 3.3. Além disso, esses componentes devem produzir uma superfície uniforme, sólida, rígida, contínua e impermeável sob todas as circunstâncias”.
Uma asa dianteira flexível traria benefícios notáveis às equipes em termos de correr em uma configuração de maior downforce para as curvas, flexibizando-se sob velocidade nas retas para reduzir o arrasto.
Imagens onboard de Fernando Alonso nas primeiras corridas definitivamente parecem apontar para a Aston Martin utilizando ângulos muito altos para a asa, além de uma flexão notável na asa ao atingir as velocidades de ponta nas retas.
Segundo apurado, a FIA tomou uma atitude na época do GP do Azerbaijão e avisou informalmente várias equipes sobre o desejo de ver mudanças para evitar qualquer problema em potencial no restante do ano.
Não está claro quando que essas modificações entrarão em vigor, já que geralmente a FIA dá uma janela de tempo às equipes para mudarem os designs.
Porém, o que está claro é que, na época do GP da Espanha, as características de performance da Aston Martin pareciam ter mudado, com sua performance sob velocidades baixa e média particularmente diferentes.
A equipe não confirma ou nega que foi uma das várias a modificarem suas asas dianteiras, mas fontes com um bom conhecimento da situação revelaram que a Aston Martin foi uma das que mudaram.
Aston Martin AMR23 front wing – third flat pivot
Photo by: Uncredited
Mudança no conceito de asa dianteira
As mudanças exatas que a Aston Martin precisou fazer ainda são desconhecidas, mas em um exame detalhado da asa dianteira é possível notar uma mudança de direção na época da ‘dura’ da FIA.
Como é possível notar na imagem acima, a geração atual de asas produzem duas estruturas de vórtices gerados a partir das faixas de ajuste de metal da aleta flap (setas azuis). A interna cria algo similar, mas possivelmente nada tão próximo do poderoso vórtice da geração anterior de asas.
Algumas equipes trouxeram trouxeram ainda uma terceira versão utilizando um pivô, e isso é possível notar na asa dianteira da Aston Martin no Bahrein e na Austrália (seta vermelha), mas que foi intercalada na Arábia Saudita.
Porém, o modelo desapareceu em Baku e Miami, fez uma breve aparição em Mônaco e não foi mais visto desde então. A área onde esse componente se encontrava anteriormente pode ser vista claramente na asa (veja inserção na imagem).
Esse terceiro modelo não é ilegal, tendo sido usado por Alpine, Ferrari, Red Bull e McLaren, cada uma com sua variação. A sua ausência da Aston pode ser apenas uma coincidência, mas igualmente pode ser que a equipe estivesse usando isso para ajudar no comportamento da asa com e sem carga.
O ângulo do pivô também é interessante, já que está voltado para fora, potencialmente ajudando a direcionar o ângulo dessa deflação sob alta velocidade. A remoção do pivô (forçado ou deliberado) certamente causaria uma mudança nas características do fluxo de ar da asa dianteira, podendo incluir os efeitos colaterais citados pela equipe.
Independente de qual seja a realidade em termos de desenvolvimento da asa dianteira, e isso é algo que apenas a Aston Martin sabe, fica claro que a equipe não está perdendo tempo ‘na fossa’, preferindo focar em terminar o ano da mesma forma que começou.
Como disse McCullogh: “Nosso objetivo é ter um desenvolvimento forte ao longo do ano. Temos a verba para seguir desenvolvendo o carro e esse é o nosso objetivo. Então vamos dar alguns passos até o fim do campeonato, da melhor forma que pudermos”.
Colaborou: Matt Somerfield
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