Neste fim de semana Felipe Massa está em Goiânia, onde corre pela sétima etapa da Stock Car Pro Series. O piloto que compete pela equipe Lubrax | Podium Stock Car Team veio ao Autódromo Internacional Ayrton Senna após semanas de expectativa sobre o andamento do processo que deve entrar ‘de fato’ em breve, pedindo o cancelamento dos resultados do GP de Singapura de 2008 e o consequente título mundial daquele ano, por conta do chamado ‘Crashgate’.

Recentemente, a equipe de advogados do piloto entregou com uma espécie de notificação para a Formula One Management (FOM) e a Federação Internacional do Automobilismo (FIA) dizendo suas intenções e pedindo uma “resposta substancial” sobre o caso, antes de efetivamente entrar com um processo. O Motorsport.com Brasil foi um dos poucos veículos de comunicação que teve acesso ao documento.

Massa revelou que recebeu uma resposta e fez mistério se ela foi substancial: “Já aconteceu uma resposta, não tenho nada a dizer o que estava escrito e são meus advogados que tomam conta disso”, disse com exclusividade ao Motorsport.com.

“As coisas estão indo para frente, nós vamos até o final, porque isso é pela justiça do esporte, nós vamos lutar até o final para mostrar que o que aconteceu naquela situação de Singapura não foi correto, pensando no esporte, pensando no que é o correto para uma corrida e que uma manipulação não faz parte do esporte.”

Na notificação, além do cancelamento do GP de Singapura, o documento fala diversas vezes em “compensação”, dando a entender que o piloto, na verdade, busca um reconhecimento financeiro, ao invés do título daquela temporada. Ele negou que esteja fazendo tudo por dinheiro, apesar de o processo não ser barato.

“Eu acho que todo o processo tem um resultado. Por exemplo, eu estou gastando muito dinheiro nessa situação, então todo o processo tem um valor, todo o processo tem uma luta. Mas eu já disse desde o começo que não faço isso pelo dinheiro, e sim pela justiça do esporte, por uma corrida que foi manipulada e as punições que deveriam ter acontecido, e principalmente o cancelamento da corrida não aconteceu. Então esse é o trabalho que a gente está fazendo.”

Apoios e apoios

Nesta semana o atual chefe da Ferrari, Frederic Vasseur foi questionado sobre o processo de Massa. O dirigente preferiu não entrar no mérito da questão, mas disse que, por conceito próprio, não gosta de ver o resultado de uma corrida modificado “nem 15 minutos após a bandeirada”. Quando questionado se recebe o apoio necessário de pessoas que estiveram com ele naquele momento, o piloto disse que não está sozinho.

“Eu tenho recebido apoio de muita gente, muita gente ligada à F1 e muita gente do meu país, de outros países, de gente que participou daquele momento e entendeu o sofrimento que foi você perder o título por uma corrida manipulada. Então, eu tenho muitos apoios.”

“Eu acredito que é muito importante que as pessoas entendam 100% do que aconteceu, porque tem muita gente que lê a manchete e não sabe o que aconteceu naquela corrida. Então é importante que você analise o que aconteceu, é importante que você veja que o Brasil, a Ferrari, os torcedores da Ferrari, os torcedores brasileiros, eu, minha família, perdemos um título por uma corrida manipulada.”

“Então eu acho que isso é inaceitável para o esporte, ainda mais depois de tudo aquilo que a gente viu, que quem comandava a F1, quem comandava a FIA, não quiseram abrir o caso por questão própria e não fazendo o trabalho correto, do trabalho deles naquele momento.”

Mas, uma das peças principais deste jogo, Nelson Piquet, que teria revelado o que aconteceu no GP de Singapura de 2008 ainda naquele ano, não foi solícito ao pedido de ajuda de Massa.

“Eu já fui atrás, já tentei falar com o Nelson Piquet ‘pai’ e ele não quis falar comigo. Com o Nelsinho, não conversei. Na verdade, com o Nelsinho, eu nunca tive uma boa relação depois dessa situação, mas acredito que o que ele fez, todo mundo sabe.

“A manipulação da corrida foi investigada já em 2009 e não aconteceu nada. O que o Nelsinho fez, entendo que hoje talvez ele tenha um arrependimento daquilo que aconteceu. Mas isso, todo mundo sabe, eu não tenho o que falar com ele. Não tive o apoio do pai dele, que não quis falar comigo.”

Outro personagem importante é Fernando Alonso, que Massa admite que não conversou recentemente, mas que enquanto companheiros de equipe, o espanhol nunca foi claro.

“Cheguei a conversar em algumas situações, quando éramos companheiros de equipe, e logicamente, o Fernando sempre deu a entender que não era culpa dele, mas sempre mudava de assunto. Eu nunca tive o papo claro, quando uma pessoa aceita e conversa é quando a pessoa tem a claridade do negócio, quando a pessoa não quer conversar da maneira correta, a gente sabe que talvez ele soubesse de tudo, eu tenho certeza que ele sabia.”

VÍDEO: Enzo Fittipaldi abre o jogo sobre Red Bull 

Podcast #244 – Que tipo de mudanças teremos na F1 após férias? 

ACOMPANHE NOSSO PODCAST GRATUITAMENTE: