O noticiário da Fórmula 1 nos últimos dias ganhou novos contornos após o surgimento de dois rumores importantes vindos da Red Bull: o ‘ultimato’ dado a Sergio Pérez para que ele siga na equipe em 2024 e uma possível aposentadoria forçada de Helmut Marko por parte dos acionistas. Mas o consultor do time austríaco veio agora a público negar ambas as informações.

Mesmo a equipe de maior sucesso na F1 atual não vive dias mais tranquilos. Apesar de já estarem com os dois títulos do ano garantidos, o clima interno na Red Bull não parece ser dos melhores, conforme reportado pelo ge.globo na última semana.

Segundo a publicação, a Red Bull teria dado um ultimato a Pérez para que ele siga na equipe em 2024: manter o vice-campeonato é a única opção possível. E outro nome que estaria na corda bamba seria Marko, que estaria em um cabo de guerra contra Christian Horner.

O chefe da Red Bull teria interesse em ‘se livrar’ de Marko, em meio à grande mudança na estrutura de poder da marca de bebidas energéticas após a morte do fundador e CEO Dietrich Mateschitz no ano passado.

Marko, que era o braço direito de Mateschitz, não teria mais como contar com o mesmo apoio que tinha no passado. Após a morte de Mateschitz, seu poder foi dividido em três funções, com Oliver Mintzlaff assumindo como CEO dos projetos desportivos da Red Bull, e este não seria necessariamente favorável ao austríaco.

Por outro lado, vemos que a influência de Horner no Grupo Red Bull está crescendo. Além de assumir o cargo de CEO da Red Bull Powertrains, o britânico teve um papel na escolha de Peter Bayer como novo CEO da AlphaTauri.

Marko: “Sou eu quem decide”

Segundo a informação publicada pelo ge.globo, o futuro de Marko seria decidido nesta semana em uma reunião do conselho administrativo da Red Bull. Mas o próprio austríaco veio à público desmentir a possibilidade.

“Não há reunião nesta semana”, disse Marko à OE24. “Tenho contrato até o fim do próximo ano. Quando e como eu paro, quando acabar, sou eu quem decide e não, por exemplo, o Sr. Horner”.

É importante assinalar que Marko não é considerado um empregado da Red Bull Racing, comandada por Horner. Seu salário sequer conta para o teto orçamentário, já que seu pagamento vem direto da Red Bull GmbH, onde Horner não tem poder direto.

Também parece que o próprio austríaco segue tendo certo poder na estrutura da Red Bull. Isso é demonstrado, em um caso recente, na renovação de Yuki Tsunoda, um piloto na qual Marko possui grande estima, mesmo com o desejo de Horner de trocar o japonês por outro nome após três anos.

Sem demissões à vista?

Sergio Pérez, Red Bull Racing, con Helmut Marko, Consultor, Red Bull Racing

Photo by: Sam Bloxham / Motorsport Images

Segundo indicações, o próprio Marko gostaria de seguir, mesmo já com 80 anos e podendo pensar em sua aposentadoria há algum tempo. Mas quem conhece o austríaco sabe que isso não é de seu feitio.

Isso também se aplica à relação com Mintzlaff. Marko não quer saber dessas supostas tensões. Admite que, no princípio, houve algumas tensões devido à divergências de interesses principais (automobilismo x futebol), mas, desde então, tudo corre bem.

“Devido ao novo organograma [após a morte de Mateschitz], tudo está diferente. As pessoas estão tentando redefinir seus poderes”, disse.

E Pérez?

A outra especulação do momento se refere ao futuro de Pérez, que não vive seus melhores dias na Red Bull, inclusive vendo seu vice-campeonato ameaçado por Lewis Hamilton.

Mas Marko também nega qualquer ameaça à continuidade do mexicano, que já tem contrato garantido para 2024.

“Tudo isso é apenas especulação. Assim como o de Pérez. Não há ultimato para Pérez. Acho que estamos indo muito bem – coisas incríveis estão sendo trazidas ao mundo. O desempenho de Max Verstappen deveria ser muito mais apreciado – é extraordinário”.