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Nesta terça-feira, a General Motors (GM) registrou junto à Federação Internacional de Automobilismo (FIA) a intenção de ser fornecedora de unidades de potência na Fórmula 1 de 2028 em diante. Com isso, a montadora fortalece os planos da Andretti de entrar na categoria.
Isso porque a equipe norte-americana vinha enfrentando resistência dos atuais times do grid para ingressar na elite global do esporte a motor justamente por não ter uma parceira de motores, como destacou Christian Horner, da Red Bull. Com a novidade, a GM ‘aumenta o patamar’ da Andretti.
Antes, a fabricante dos Estados Unidos estava unida à Andretti na empreitada da escuderia para entrar na F1 ‘só’ como aliada comercial, ’emprestando’ o nome da Cadillac, uma de suas marcas, à organização de Michael Andretti. Esta, porém, agora pode ter motor próprio em 2028.
E uma unidade de potência ‘de peso’, dada a relevância de mercado da GM. A montadora, aliás, faz seu registro na FIA justamente depois de se comprometer com o projeto da Andretti de entrar na F1, refutando a possibilidade de entrar na categoria em aliança com um dos times atuais do grid.
De acordo com informações de bastidores, uma das equipes que haviam ‘se interessado’ na GM foi a Williams, cujo chefe James Vowles é um notório crítico à entrada da Andretti na categoria máxima do automobilismo mundial.
Até que ponto o registro da GM reforça as chances da Andretti na tentativa de entrar na F1?
Foto de: Gregg Feistman / Motorsport Images
Michael Andretti
Embora a intenção da GM de produzir um motor possa, à primeira vista, fortalecer as reivindicações da Andretti para uma entrada na F1, as coisas continuam complicadas em seus esforços combinados para convencer a categoria e as atuais escuderias.
Há alguns anos, a união entre uma equipe bem-sucedida, como a Andretti, e um conglomerado automotivo com experiência automobilística, como a GM, teria sido um tiro certeiro para uma entrada garantida na F1, mas os tempos mudaram.
Agora que a F1 se tornou significativamente mais lucrativa e celebrada em todo o mundo graças ao seu perfil expandido na mídia, também por causa de ‘Drive to Survive‘, as equipes atuais querem capitalizar em vez de permitir um time extra no grid — financeiramente seguro ou não.
A FIA já avaliou a entrada da Andretti e a aprovou, e pode ser que a entidade já estivesse ciente dos planos da GM de ir além de uma parceria financeira, apoiando a escuderia também em termos técnicos.
Se dependesse inteiramente da FIA, a Andretti já estaria aprovada para a F1 2025 e se preparando para uma vaga no grid: o presidente Mohammed Ben Sulayem postou que está “encantado com a notícia de que a GM se registrou como fornecedora de unidades de potência para o Campeonato de F1. Este é mais um endosso dos regulamentos da FIA. A presença das icônicas marcas americanas Andretti e GM reforça a sustentabilidade do esporte a longo prazo.”
A Andretti tem o apoio do órgão e pode muito bem convencer algumas das outras equipes de que não está lá simplesmente para se aproveitar da infraestrutura existente; ela pretende trazer seus próprios apoiadores e suporte técnico.
Foto de: General Motors
Anúncio da General Motors
Além disso, há a perspectiva de uma batalha GM x Ford, já que esta fez uma parceria com a Red Bull para seu programa de unidades de potência para 2026, o que gera na F1 a antiga disputa de mercado entre as gigantes norte-americanas.
Uma entrada em 2028 também garante que o projeto da GM tenha tempo para amadurecer, já que está um ano ou mais atrás da curva de desenvolvimento dos projetos existentes para 2026 que estão sendo realizados pelos outros seis fabricantes.
Dito isso, o sucesso depende, em parte, da força que a GM pode exercer no mercado, já que a demanda por engenheiros experientes em projetos de motor já está começando a superar bem a oferta.
Isso coloca mais pressão sobre a F1 para aceitar a Andretti?
Em resumo, sim e não. A percepção é de que a F1 negar uma oferta que conta com o apoio de um gigante do setor automotivo seria muito ruim para a categoria. Mas também é verdade que aceitar uma equipe simplesmente porque ela é de origem americana pode não valer muito a pena, embora a Andretti aparentemente tenha enfrentado suas principais fraquezas e agido para trazer algo mais para a mesa.
De todo modo, ainda não se sabe se isso é suficiente para a F1, já que o CEO Stefano Domenicali ainda pode ter preocupações legítimas sobre o futuro do projeto Andretti-Cadillac — que deve ter motores Alpine nos primeiros de sua entrada na categoria caso seu ingresso seja aceito.
Bem, a F1 tem a liberdade de recusar a oferta da Andretti, mas a capacidade da equipe de obter apoio nos Estados Unidos pode gerar impactos futuros. Essas consequências podem prejudicar o progresso que a F1 fez nos Estados Unidos nos últimos cinco anos.
Domenicali terá que navegar em águas perigosas ao negociar com a Andretti e a GM, pois ele não vai querer correr o risco de recusar uma marca americana enquanto tenta atrair outras à medida que a F1 cresce na região.
Uma cisão no relacionamento entre a F1 e a FIA já começou a se formar, e a decisão de Ben Sulayem de abrir o processo de inscrição na F1 independentemente do detentor dos direitos tem todas as características de um jogo de poder.
Foto de: Mark Sutton / Motorsport Images
Christian Horner, diretor de equipe da Red Bull Racing, Mohammed bin Sulayem, presidente da FIA, Greg Maffei, CEO da Liberty Media Corporation, no grid
O que a Andretti fará no curto prazo se for aceita?
É digno de nota o fato de a GM ter marcado 2028 como o ano de estreia na F1, enquanto a Andretti garantiu uma entrada para 2025 ou 2026, o que significa que a equipe precisaria de um fornecedor de curto prazo para alimentar seus primeiros anos na F1.
Uma opção com a Renault para fornecer seu motor já expirou, e a Andretti precisaria negociar com a marca francesa novamente se quisesse garantir um acordo de dois ou três anos enquanto a GM acelera seus próprios planos.
“Tínhamos um pré-contrato com a Andretti, que expirou porque eles deveriam receber uma entrada na F1 antes de uma determinada data”, explicou o chefe da Alpine F1, o francês Bruno Famin.
“Isso significa que, no momento, se quisermos fazer algo com a Andretti, precisaremos negociar um contrato completo, um contrato formal. Portanto, no momento, não temos absolutamente nenhum contrato com a Andretti.”
“Todo mundo sabe qual é a situação; precisamos de algo, e precisamos de uma decisão da F1 antes de retomar com a Andretti.”
Se a Andretti for entrar em 2025, precisaria se associar a um dos quatro fornecedores existentes no grid. Como a Renault fornece apenas sua própria equipe Alpine, pode-se supor que o diálogo seria reaberto nesse caso.
Se a equipe esperar até 2026, isso coloca a Honda e a Audi em jogo como possíveis parceiras de curto prazo. No entanto, isso depende, em última análise, do que a F1 decidir fazer em seguida; a Andretti só poderá começar a sondar possíveis parceiros para seus primeiros anos se conseguir a tão cobiçada entrada na F1.
As balizas se moverão?
A linha partidária comum das equipes existentes é algo na linha de “aceitaremos a admissão de um 11º participante, desde que isso aumente os interesses comerciais da F1, mas devemos proteger nossa própria equipe e nos opor a qualquer diluição causada por uma equipe adicional”.
Isso é justo, mas como a F1 continua a crescer e prosperar no mercado atual, o campeonato deve estar em condições de aceitar mais equipes até a meta de 2025-2026 estabelecida pela FIA.
Foto de: Zak Mauger / Motorsport Images
Lando Norris, McLaren MCL60, Lewis Hamilton, Mercedes F1 W14, Fernando Alonso, Aston Martin AMR23, George Russell, Mercedes F1 W14, o restante da equipe para o reinício
É difícil argumentar que a introdução da GM como fornecedora de motores não faz outra coisa senão aumentar o alcance do campeonato, especialmente nos mercados do mundo todo, onde ela tem um alcance considerável.
Mas a citação de Horner foi seguida por uma declaração que sugere que as balizas do que pode ser interpretado como uma entrada que vale a pena podem ser mudadas: “Quando se observa como a Audi entrou no esporte, eles adquiriram uma equipe e uma franquia já existentes. Deveria ser diferente para os outros?”, disse o chefe da Red Bull.
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