‘Rádio de Alonso’ na Ferrari, Stella diz o que faltou para título

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Atual chefe de equipe da McLaren na Fórmula 1, Andrea Stella já trabalhou para a Ferrari na categoria e exerceu o cargo de engenheiro de corrida de Fernando Alonso, duas vezes vice-campeão da elite global do esporte a motor pela Scuderia.

Porém, apesar de bons desempenhos do piloto espanhol com o time de Maranello, especialmente em 2010 e 2012, quando Alonso brigou pelo título contra Sebastian Vettel, alemão equipado com uma superior Red BullFernando ‘se divorciou’ da equipe italiana de forma melancólica.

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O ibérico deixou a Ferrari no fim de 2014, após cinco temporadas em Maranello, para se juntar à McLaren-Honda a partir de 2015, em movimento que se mostrou um fracasso para todas as partes envolvidas.

Para Stella, o que faltou para o título de Alonso com a Ferrari foi o ‘elemento de jornada’ que Michael Schumacher teve com o time vermelho na F1. Já bicampeão mundial pela Benetton após glórias em 1994 e 1995, o alemão deixou a equipe para apostar na Scuderia de 1996 em diante.

Entretanto, Schumacher só conquistou seu primeiro título pela Ferrari em 2000, depois de anos como um dos líderes de uma profunda reestruturação do grupo italiano na categoria máxima do automobilismo — os vermelhos não venciam a taça desde 1979, com o sul-africano Jody Scheckter.

Isso porque Michael levou para Maranello nomes da Benetton como o diretor técnico britânico Ross Brawn e o projetista sul-africano Rory Byrne, pilares da era Schumacher na Ferrari, à época comandada pelo francês Jean Todt.

Já Alonso — que se transferiu para a Ferrari em 2010 após breve passagem pela Renault entre 2008 e 2009 — disputou o título logo em seu primeiro ano na Scuderia, conforme destacou Andrea no podcast oficial da F1, Beyond the Grid.

Andrea Stella, Team Principal, McLaren

Foto: Steven Tee / Motorsport Images

Andrea Stella, diretor da equipe, McLaren

“Certamente chegamos muito perto de ter sucesso em seu primeiro ano na Ferrari, o que é muito diferente de como Michael começou sua jornada. Ele conquistou três vitórias [em 1996] com seu enorme talento e não com a competitividade do carro”, lembrou o engenheiro italiano.

“A jornada de Michael foi uma verdadeira jornada. Ross entrou, Rory, depois James Allison (britânico que hoje é diretor técnico da Mercedes) — houve muita continuidade nessa jornada, continuamos identificando o que era preciso acrescentar e construindo tijolo por tijolo”, seguiu Stella, que começou sua carreira na Ferrari em 2000 antes de ‘seguir’ Alonso na ida de 2015 para a McLaren, onde está até hoje, no segundo ano como chefe — antes, teve vários cargos de diretoria.

“Acho que isso foi algo que perdemos com Fernando. Poderíamos tê-lo construído, mas precisaríamos de muita continuidade e dessa abordagem que, de alguma forma, foi estabelecida na Ferrari a partir de meados dos anos 1990”, completou o comandante do time de Woking.

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