Morreu neste domingo o empresário Abilio Diniz, aos 87 anos de idade, vítima de insuficiência respiratória, causada por uma “pneumonite”.

O empresário, além de ter grande sucesso no ramo de supermercados, especialmente com o Grupo Pão de Açúcar, fundado por seu pai, sempre foi um grande adepto aos esportes, incluindo o automobilismo.

Em 1970, ao lado do irmão Alcides Diniz, Abilio venceu a tradicionalíssima Mil Milhas Brasileiras, com um Alfa Romeo GTA 2000 da equipe Jolly. Um dos trunfos da dupla era a janela do carro, que tinha o acrílico como proteção e não o tradicional vidro, sendo mais eficiente com o peso do carro.

Em entrevista ao site Alfa Romeo Clube, Abilio explicou a vitória ao lado de seu irmão e sua trajetória como piloto de carros. Vale lembrar que a velocidade já fazia parte de sua vida, sendo tricampeão brasileiro de motonáutica.

“Em tudo o que fiz na vida, sempre competi olhando para a vitória”, disse Abilio. “Eu queria lutar pela vitória, mas sabia que era muito difícil. Havia competidores com carros muitos mais possantes, mas eu coloquei na minha cabeça que faria o melhor possível.”

“Eu contava com a minha regularidade. Sabia que meu irmão Alcides era mais rápido do que eu numa volta específica, mas eu contava com a minha capacidade de fazer sempre uma volta igual a outra, coisa muito importante para provas longas.”

“Corri até 1971. Ganhamos a prova de Interlagos e corremos em outras provas mais. A minha última prova foram os 500 km de Interlagos, mas a essa altura eu já estava decidido a parar.”

“Claro que tinha vontade de correr na Europa, mas a responsabilidade sempre falou mais alto. Chegou a um ponto em que corridas de automóvel e mesmo de barco eram incompatíveis com meu trabalho como empresário, e a responsabilidade falou mais alto. Por isso eu parei”, completou.

Mesmo com as atividades de empresário tomando conta da sua vida, a velocidade era algo sempre presente na família Diniz. Prova disso é que o filho Pedro Paulo Diniz, não só seguiu carreira na Europa, fazendo aquilo que o pai não pôde fazer, mas também chegou à Fórmula 1.

Entre 1995 e 2000 foram 98 corridas tendo como melhores resultados dois quintos lugares, em Nurburgring em 1997 no GP de Luxemburgo, e em Spa, no GP da Bélgica do ano seguinte. Pedro Paulo competiu pela Forti-Corse, Ligier, Arrows e Sauber.

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