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Intenção é premiar as campeãs da Seletiva de Kart e far a elas a oportunidade de conhecer um campeonato profissional
Vencedoras da FIA Girls on Track Brasil Seletiva de Kart de
2024, Nicolle Campos Nascimento (João Pessoa / PB), Fernanda Cerqueira (São
Paulo / SP) e Maria Eduarda Nienkötter (Florianópolis / SC) usufruíram dos seus
prêmios subsidiados pelo projeto
participando com a Equipe Bravar do
grupo 1 do 59º Campeonato Brasileiro concluído no último sábado (12) no
Kartódromo Speed Park com 289 inscrições, das quais sete foram de meninas.
Por pouco Maria Eduarda e Nicolle não se classificaram entre
os 36 pilotos de cada categoria que foram para a prova final. Na Cadete, que
teve 50 participantes, Nicolle, de nove anos, terminou as corridas
classificatórias em 38º lugar, com 59 pontos, a um ponto do 36º colocado. Maria
Eduarda, de 18 anos, teria se classificado para a final da F4 Graduado, que
teve 58 karts na disputa, se concluísse a terceira e última classificatória no
12º lugar em que estava quando um acidente com outros dois karts a tirou da
corrida, na última das 11 voltas.
“O Brasileiro para mim foi muito bom”, diz Nicolle. “Consegui
andar na metade do grid e isso foi muito gratificante. Consegui uma experiência
muito grande fazendo as classificatórias e os treinos, correndo com pessoas
novas. Amei ter essa chance de participar e nos próximos eu vou acelerar mais
ainda e vou me esforçar muito mais do que eu já me esforcei. Eu nunca corri em
nenhum Brasileiro, então para mim esse foi especial, vai ficar na minha
história”, completou.
Para Maria Eduarda, a situação foi um pouco mais adversa. Na
manhã da sexta-feira, 11, dia das classificatórias finais, ela teve sangramento
no nariz, provavelmente por conta da temperatura muito alta e da atmosfera
seca. À tarde, o acidente no fim da terceira corrida classificatória provocou
luxação nos dedos mínimo e anelar da sua mão direita, e, provavelmente por
causa da pancada do kart na barreira de pneus, seu nariz voltou a sangrar. Sem
concluir a última classificatória, ela terminou em 39º lugar, com 58 pontos, a
quatro pontos do 36º colocado.
“A semana do Brasileiro foi ótima. Quero agradecer à
Equipe Bravar, à FIA Girls on Track Brasil, à CFA, a todo mundo que está por
trás desse projeto da Seletiva, que é importante para as meninas. Foi incrível
andar de kart F4, eu nunca tinha andado, foi uma experiência maravilhosa”,
diz a pilota catarinense.
Já Fernanda Cerqueira, de 16 anos, que começou a andar de
kart apenas em 2023, venceu a Seletiva na categoria Júnior, mas, por conta da
mudança de idade em julho, correu na F4 Graduado, e precisou ser bastante
resiliente. O bico do seu kart caiu na tomada de tempos para definir o grid da
primeira prova classificatória. Com isso, ela teve que largar da última
posição.
“Na pista eu não consegui os resultados esperados, não me
classifiquei para a final. Mas o Brasileiro foi uma experiência única. Eu nem
imaginava um dia andar no Brasileiro, nunca tinha feito uma largada lançada.
Aprendi muita coisa, a equipe é supercompleta. Ganhei muita experiência sobre
como lidar com desafios e com a frustração também. Adorei participar. Foi muito
importante para mim, para o meu amadurecimento como piloto e como pessoa. A
Fernanda que saiu do Speed Park não é a mesma Fernanda que entrou”, diz
ela.
Evolução constante – Bia Figueiredo, presidente da CFA
(Comissão Feminina de Automobilismo), criada por Giovanni Guerra, presidente da
CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo), acompanhou as três pilotas
durante a semana passada, e, na quinta-feira, 10, quando precisou partir para a
etapa da Copa Truck, em que corre com a ASG Motor Sport, no autódromo gaúcho de
Tarumã, foi substituída por Antonella Bassani, pilota da Porsche Cup Brasil, de
quem é coach.
“Foi muito bom ajudar as pilotas do FIA Girls on Track
Brasil”, comenta Antonella. “Todas elas tiveram evolução constante. Cada
uma enfrentou algum problema e conseguiu superar. Vi que elas melhoravam cada
vez mais o ritmo de corrida. Não conseguiram se classificar para a final, mas a
experiência do Brasileiro é única e isso já é válido”, acrescenta a pilota,
com a autoridade de quem disputou quase uma dezena de vezes esse que é o
campeonato de kart mais importante e mais acirrado do Brasil.
“Kartismo é um aprendizado. Com os erros a gente aprende
mais do que acertando. Então esses resultados meios ruins são essenciais para a
gente não só aprender como pessoa, como nossa mente reage a isso, mas também
para poder evoluir como piloto para as próximas corridas e categorias”, diz
Antonella, que teve duas poles e um título de vice-campeã na categoria Júnior
Rotax de 2020 entre seus melhores resultados no Brasileiro. “Eu sempre
acabei batendo na trave em Brasileiro, mas a vida é assim, nem sempre a gente
ganha”, continuou.
Bia, vice-campeã da Graduado no Brasileiro de 2002, pole
position e terceira colocada da Graduado A em 2001 e terceira da Júnior Menor
em 1997, endossa. “O Brasileiro oferece vários aprendizados. Para nossas
pilotas, foi bastante novidade, uma equipe que não conheciam, uma pista em que
só correram na Seletiva, uma nova categoria, no caso da Fernanda, um novo tipo
de kart, no caso da Maria Eduarda. É um campeonato muito competitivo. Para
elas, foi uma excelente experiência de trabalho. Vão agora seguir esse
aprendizado para continuar melhorando e voltar, tentar de novo, e dar os
próximos passos nos resultados. A nossa intenção é premiar as campeãs da Seletiva
de Kart, dar a elas a oportunidade de conhecer um campeonato profissional, com
o objetivo de que isso as ajude a seguir e voltar ainda mais fortes no futuro”,
explicou.
Outras pilotas – O Brasileiro teve também a participação de
Anna Luiza Pimpão e Helena Melo na F4 Graduado, e de Eloisa Chefer e Marcella
Assumpção na F4 Júnior. Anna Luiza terminou em 31º lugar na F4 Graduado.
Marcella foi a 22ª colocada e Eloisa ficou em 36º lugar na Júnior.
Apoios – O Campeonato Brasileiro é uma realização da
Comissão Nacional de Kart (CNK) da CBA.
A FIA Girls on Track Brasil Seletiva de Kart é uma
realização da CBA, da CFA e do BRB. Tem patrocínio da Porto e conta com apoio
do Kartódromo Speed Park, da CNK, da FASP (Federação de Automobilismo de São
Paulo), e do FIA Sports Grant.
O Projeto FIA Girls On Track Brasil foi aprovado com base na
Lei Federal de Incentivo ao Esporte e registrado junto ao Ministério do Esporte
sob o número de processo 71000.053795/2023-00 – SLI 2301231.
Fonte: EC Press
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