Dobradinha em Interlagos restaura amizade entre Ocon e Gasly

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Pela primeira vez desde que a dupla começou a dividir o grid da Fórmula 1, Esteban Ocon e Pierre Gasly se juntaram no pódio de um GP, aproveitando uma estratégia ousada em uma chuvosa Interlagos para terminar em segundo e terceiro lugar, atrás de Max Verstappen.

Foi um grande impulso para a Alpine, com a equipe ganhando três posições no campeonato de construtores e finalmente recebendo uma recompensa tangível pelo trabalho árduo de sua equipe após uma temporada conturbada com um fraco carro de 2024.

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O clássico circuito brasileiro não definiu apenas a temporada para a equipe francesa: em nível humano, ele também definirá para sempre o relacionamento, às vezes tenso, de Ocon e Gasly.

Tendo crescido próximos um do outro, no leste da Normândia, região no norte da França, cruzaram o caminho quando crianças e se tornaram melhores amigos, passando muito tempo juntos correndo de kart.

À medida que foram subindo na carreira, o relacionamento entre eles azedou, o que parecia ser permanente, e por isso Gasly, ao se juntar a Ocon como companheiro de equipe na Alpine para 2023, levantou algumas sobrancelhas no paddock.

Na época, Ocon admitiu que “nunca seremos melhores amigos”, enquanto Gasly reconheceu que seu relacionamento seria muito diferente daquele que teve com Yuki Tsunoda anteriormente, na Alpha Tauri.

Esteban Ocon, Alpine F1 Team, 2nd position, Pierre Gasly, Alpine F1 Team, 3rd position, celebrate in Parc Ferme

Esteban Ocon, Alpine F1 Team, 2ª posição, Pierre Gasly, Alpine F1 Team, 3ª posição, comemoram no Parc Ferme

Foto de: Zak Mauger / Motorsport Images

Naturalmente, houve alguns pontos de conflito na pista, assim como Ocon teve com alguns companheiros de equipe anteriores – Fernando Alonso e Sergio Perez – e ambos os pilotos lutaram muito por sua estratégia de equipe, como seria de se esperar de qualquer piloto de F1.

Em 2023, houve uma colisão em Melbourne, em sua quarta corrida juntos, e este ano os dois também se desentenderam quando Ocon se jogou por dentro de Gasly em Mônaco, danificando os dois carros e irritando Gasly e a chefia da Alpine.

Alguns dias depois, Ocon anunciou sua saída da equipe, assinando contrato com a Haas para 2025, o que aliviou um pouco a tensão, mas também pareceu reconhecer que a chegada do francês à equipe de Enstone não tinha dado certo para nenhuma das partes.

Mas, embora a dupla sempre tenha afirmado que trabalha bem em conjunto fora da pista, parece que o pódio no Brasil descongelou ainda mais as relações que antes eram frias.

Eles não apenas se divertiram com o sucesso conquistado a duras penas depois de um ano abismal com a Alpine, mas a perigosa corrida molhada em Interlagos pareceu revelar um sentimento caloroso de nostalgia de dias melhores. Uma época em que eles também corriam na frente em condições difíceis, como prodígios de 10 anos de idade da cena do karting da Normândia.

Enquanto os dois davam uma entrevista conjunta diante das câmeras da emissora Viaplay, Ocon voltou-se para seu conterrâneo: “Você se lembra de quando estávamos dirigindo em Anneville na chuva?”, ao que Gasly revelou que a corrida deles havia trazido as mesmas lembranças.

“Sim, até na neve! Estávamos dirigindo na neve e na chuva. É a mesma coisa de antigamente, quando éramos os únicos a chegar à pista na chuva, com muito frio. Mas tudo valeu a pena”.

“Hoje valeu a pena”, afirmou Ocon com a cabeça, depois que a performance do carro na chuva lhe rendeu o segundo lugar. “Quando fizemos aquela formação e a volta de entrada, essa foi a primeira coisa que me veio à cabeça. Que bela história, essa”.

 

Mesmo quando Gasly se juntou a Ocon na Alpine no ano passado, a importância da improvável dupla não passou despercebida por eles. Dois garotos da mesma região da França – Gasly, da área de Rouen, e Ocon, da cidade vizinha de Evreux -, ambos passando pela complicada jornada até a Fórmula 1 e terminando como companheiros de equipe.

Agora eles têm outra boa lembrança para recordar depois de suas carreiras, quando talvez sua rivalidade seja uma relíquia do passado.

“Este é o momento de uma vida inteira”, disse Gasly. “Como crianças de onde viemos, acabar como companheiros de equipe já era contra todas as probabilidades, mas acabar no mesmo pódio…”

“Ninguém conhece nossa história, é algo pessoal para nós. Mas, independentemente de tudo o que aconteceu, um dia como o de hoje o torna muito especial”. “É uma bela história.”

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