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Gabriel Bortoleto teve uma temporada incrível na Fórmula 3 em 2023. Vindo da Fórmula Regional Europeia (FRECA), onde havia terminado em sexto em 2022, o brasileiro era uma promessa, mas não era visto como um favorito ao título como o campeão da FRECA, Dino Beganovic, ou seu companheiro de equipe Paul Aron.
Ele mostrou flashes de velocidade nos testes de pós-temporada de 2022 em Jerez, chamando a atenção após liderar a sessão matutina do segundo dia, e impressionou o chefe da Trident, Giacomo Ricci. Mas não foi até a abertura no Bahrein que ele realmente mostrou seu potencial.
O piloto de 19 anos imediatamente mostrou ritmo, liderando o treino livre e se classificando em segundo, a 0s057 da pole de Gabriele Mini. Ele venceu a corrida principal do domingo, assumindo a liderança do campeonato – e dali não saiu mais. Em Melbourne, ele fez a pole e venceu, abrindo mais de 20 pontos para Mini com apenas duas etapas.
Apesar de não ter vencido mais nenhuma prova, outros quatro pódios o permitiram levar o título com 45 pontos de vantagem para o vice Zak O’Sullivan – a maior margem de um campeão desde 2019. Foi uma campanha impressionante, que chamou a atenção do paddock completo.
O domínio de Bortoleto foi seriamente impressionante, lembrando a conquista de seu amigo, Felipe Drugovich, na Fórmula 2 em 2022. Isso o garantiu uma promoção para a F2 neste ano com a Invicta Racing, substituindo o terceiro colocado Jack Doohan. Mas Ricci, que apostou em um novato, esperava tamanha performance de Gabriel?
“Vou ser honesto, escolhemos ele porque sabíamos que havia um talento ali”, disse Ricci ao Motorsport.com. “Mas de alguém que é talentoso – há vários pilotos talentosos na F3, um nível incrível como na F2 – a alguém que de fato lutaria em seu primeiro ano, dominando o campeonato, é um grande passo adiante”.
“Eu esperava vê-lo lutando pelo top 5 do campeonato mas, ao mesmo tempo, devo dizer, naquele teste de pós-temporada em 2022, eu vi alguém que era especial. Todos temos referências dos pilotos do passado, e em algumas curvas ele foi imediatamente mais rápido”.
Photo by: Formula Motorsport Ltd
Bortoleto conquistou o título da F3 em seu ano de estreia, 2023
“E, naturalmente, ele não estava cometendo erros. Para ele, sempre foi fácil acertar os três setores. Mesmo que sempre fosse verde, não roxo, sem brigar por P1, mas era fácil para ele manter um nível alto. Isso foi um grande ponto para mim. Desde que vi isso, naquele teste, comecei a ficar otimista. É uma coisa dizer que vamos lutar pelo top 5, e outra começar o ano tão forte, sendo competitivo e, claro, vencer o campeonato”.
“Eu contava que Gabriel Bortoleto venceria antes de assinar com ele? Diria que não, mas após aqueles três dias, eu realmente fiquei otimista que tínhamos alguém no carro capaz de brigar pelo título em seu primeiro ano”.
Ricci acredita que Bortoleto foi “de longe o piloto mais completo da F3”, acrescentando que ele “era bom em diferentes condições”, elogiando suas habilidades de gerenciamento de pneus, além de suas ultrapassagens ousadas. Ele também destacou a consistência incrível de Bortoleto ao longo do ano, terminando fora do top 10 apenas três vezes em 18 corridas, sendo uma delas um abandono.
Ricci, que lidera a equipe desde 2014, também credita a Bortoleto e seus companheiros, Oliver Goethe e Leonardo Fornaroli uma química “incrível” e suas habilidades em compartilhar informações, ajudando um ao outro. Mas o que mais impressionou Ricci foi a motivação de Gabriel. Tendo falado anteriormente de seu mentor, Fernando Alonso, e seu compromisso inspirador, Bortoleto se mudou para Milão para ficar perto da equipe, sempre estando presente.
“Acho que ele cometeu um erro no ano, só isso. O resto foi consistente. Absolutamente impressionante da parte de um novato mostrar essa consistência, além de sua motivação pelo trabalho. Ele se mudou para Milão, ficando a 20 minutos de nossa fábrica. Ele estava conosco quase todos os dias”.
Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images
O compromisso de Bortoleto em fortalecer sua relação com a equipe vem de seu mentor, Alonso
“Tudo que pedíamos a ele, uma atualização no simulador, isso ou aquilo, ele sempre estava aqui. Algumas vezes ele só vinha dizer oi para manter a motivação e criar um clima bom com a equipe, os mecânicos, engenheiros, todos. Isso me impressionou, ver alguém totalmente dedicado ao serviço”.
“Ele fez corridas impressionantes. Uma que foi muito legal de ver foi Budapest, onde ele teve uma disputa na última volta contra Barnard, ultrapassando na última curva. Isso foi incrível”.
O nível de comprometimento é algo que o próprio Bortoleto destaca em entrevista ao Motorsport.com. Foi um esforço consciente se integrar com a equipe para entregar o melhor resultado possível – algo que ele espera seguir fazendo com a Invicta em 2024.
“Acho que quando você quer atingir grandes resultados, a primeira coisa que precisa fazer é construir uma boa equipe ao seu redor”, disse. “Porque um piloto sozinho ou um empresário, independente do que você faça, acho que quando você não consegue vencer ou conquistar algo por si só, precisa ter as pessoas certas ao seu redor”.
“Então, tudo que aprendi da minha família, desde que era bem jovem, é que eu precisava ter boas pessoas ao meu redor. E eu acredito que ter uma equipe nesse esporte é ainda mais importante, porque pilotar é certamente importante, mas provavelmente não é nem metade do trabalho, porque há muitas pessoas envolvidas”.
“Então tentei garantir isso com a Trident ano passado, fiquei muitos dias com a equipe, fazia muito simulador, mesmo que não estivesse fazendo nada ia almoçar com o pessoal, para ter uma sensação melhor com eles, para que eles soubesse também como que eu trabalho”.
“E estou fazendo o mesmo com a nova equipe. Mesmo que agora seja um pouco diferente porque nem todo mundo mora na Itália. A maioria deles não mora, mas ainda faço um esforço para estar próximo deles, tentando recriar a mesma relação que tinha na Trident”.
Photo by: McLaren
Bortoleto foi anunciado na Academia da McLaren no fim de 2023
Essa ética de Bortoleto não vale só para as categorias de acesso. Desde que foi anunciado pela Academia da McLaren, ele está trabalhando no simulador e ajudando com os preparativos de corrida. Ele diz que sua preparação para 2024 é similar à do ano passado, mesmo que esteja trabalhando ainda mais duro, por causa das demandas físicas maiores da F2.
Mesmo vivendo mais longe da equipe, ele ainda dá o seu melhor para se integrar, recriando as relações que tinha para o que será seu segundo ano consecutivo de rookie. Será uma temporada desafiadora, competindo contra nomes como Ollie Berman e Victor Martins. E o grid inteiro vive ainda o desafio da introdução do novo carro.
“Me preparar para os pitstops ou coisas novas, é bem diferente da F3. É bem mais complicado na F2, porque lá era bem fácil, menos marchas, aceleração e frenagem. Na F2 é mais complicado, então o único momento que você realmente pode testar foi em Abu Dhabi ano passado, e agora no Bahrein”.
“Não temos muitos testes, mas mesmo assim, acho que ainda é tempo suficiente para entender o básico e, certamente, durante o ano, vamos melhorando nas questões de largada e o resto. Pelo que ouvi do pessoal, eles sempre sofrem com isso no começo do ano, mas experiência é tudo. Você faz isso sempre e vai ficando melhor”.
Photo by: Formula Motorsport Ltd
Bortoleto já está se adaptando à nova realidade, na F2
Andy Roche, chefe da Invicta, disse que Bortoleto já está se acostumando com a equipe, que ele dividirá com Kush Maini. Ele também elogia o trabalho árduo do brasileiro, afirmando que ele é “muito determinado” e alguém “que aprende rápido”.
“Gabriel está se adaptando bem. Ele passou um tempo com a equipe ano passado, nos visitando em Norfolk antes do teste de pós-temporada, então todos já estavam familiarizados com ele”.
“Com as apresentações feitas e seu assento feito, pudemos focar direto em Abu Dhabi. Gabriel é um grande piloto e sua campanha de sucesso na F3 obviamente torna o trabalho com ele uma perspectiva animadora de qualquer forma, mas o fato dele ser uma pessoa fácil de se lidar e a boa impressão que ele deixou na equipe é um bônus”.
“Gabriel espera manter o bom momento após o título da F3, e esperamos capitalizar em cima disso. Não somos estranhos às lutas por título, e vamos fazer o nosso melhor para colocar nossos pilotos no caminho das grandes conquistas em 2024”.
Roche fala corretamente quando diz que manter o momento será chave para Bortoleto enquanto ele embarca para mais uma jornada difícil. Mas enquanto alguns podem sofrer na adaptação, a dedicação implacável do brasileiro dentro e fora das pistas o deixa em um bom caminho.
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