[ad_1]
Nesta sexta-feira, a McLaren anunciou extensão contratual com o piloto britânico Lando Norris, de modo que o astro inglês ficará na equipe papaia para além da temporada de 2026 da Fórmula 1.
Com isso, atenuam-se as especulações de uma possível ida da estrela para a Red Bull, que via no competidor um futuro companheiro de equipe para o holandês Max Verstappen, atual tricampeão consecutivo da categoria cujo ritmo não tem sido acompanhado pelo mexicano Sergio Pérez.
Com o comprometimento de longo prazo com o time de Woking, Norris mostra uma louvável lealdade à escuderia que o colocou na F1, mas muitos se questionam se a estrutura britânica dará ao jovem talento as condições para que ele ‘desbloqueie’ seu potencial, vença GPs e ganhe títulos.
Mas, tendo em vista as ambiciosas pretensões futuras de Lando, parte-se do pressuposto de que a renovação dele com a equipe inglesa não se deve exclusivamente à gratidão, mas à confiança de que o tradicional grupo laranja possa equipá-lo com a maquinaria necessária para brigar no topo.
Os termos do novo vínculo de Norris não foram divulgados, o que também pode significar que o acordo tem cláusulas que permitam um ‘divórcio’ entre as partes antes da conclusão das diferentes opções de renovação contratual. De todo modo, especula-se que o ‘casamento’ é seguro até 2027.
E o conjunto Lando-McLaren é realista, tendo plena ciência de que é improvável que tenham quaisquer chances de disputar taças antes de 2026, quando a elite global do esporte a motor terá regulamentos revisados, com as novas regras versando especialmente sobre unidades de potência.
“Vencer uma corrida… estamos o mais perto que já estivemos desde que estou aqui na McLaren e por muitos anos. Mas lutar por um campeonato é um passo maior…”, admitiu Norris, referindo-se à reação do time em 2023 e ao fato de que ele não briga consistentemente no topo há muito tempo.
“O campeonato, por mais que eu gostasse de dizer [que posso tentar vencer] nos próximos dois anos, 2026 é a oportunidade para todos no grid. Portanto, esse é o grande ponto de interrogação”, ponderou o piloto, sabedor de que a Red Bull tende a continuar com pacotes dominantes até 2025.
Lando atualmente tem 24 anos e está bem integrado à McLaren, de maneira que uma saída abrupta rumo à Red Bull, na qual ele teria a inglória missão de desbancar Verstappen, não seria um tiro indubitavelmente certeiro.
Além disso, se Norris não tivesse renovado com a McLaren e eventualmente fosse para a Red Bull ao término de seu contrato anterior, no fim de 2025, ele chegaria à equipe taurina no começo de uma nova era de regulamentos sem sequer conhecer direito a escuderia da marca de energéticos. Se ele de fato estivesse decidido a ir para a ‘RBR‘, seria ideal fazê-lo já em 2025, mas Zak Brown, CEO da McLaren, notoriamente ‘jogou duro’ neste sentido, utilizando-se de cláusulas bem caras.
Foto de: Piscina da FIA
Com seu estoque tão alto e ele tão incorporado à McLaren, colocar tudo isso em risco e tentar desbancar Max Verstappen de uma posição semelhante não é totalmente atraente
“É um momento muito, muito bom [para assinar um novo contrato], especialmente quando se aproximam anos em que as coisas começam a ficar um pouco mais loucas com os contratos de todos os outros e as pessoas potencialmente mudando de equipe, coisas assim”, destacou Norris, cujo objetivo era não gastar um precioso tempo com negociações enquanto podia focar em 2026 junto à McLaren.
Ademais, Lando é visto como sucessor do compatriota e heptacampeão mundial Lewis Hamilton na Mercedes. Mas as Flechas de Prata são mais atrativas que a McLaren? O mesmo questionamento vale para a Ferrari, que também renovou com seu principal piloto, o monegasco Charles Leclerc. Outro destino tido como plausível para Norris é Aston Martin, cujos executivos já sondaram tanto Lando quanto Charles para as vagas de Fernando Alonso, da Espanha, e Lance Stroll, do Canadá.
Essas são opções futuras viáveis para Norris, porém, é possível que nenhuma delas ofereça um projeto tão digno de otimismo quanto a McLaren neste momento, uma vez que a Mercedes suscita dúvidas desde 2022, a Ferrari é uma incógnita e Aston estagnou a partir do meio de 2023.
Foto de: Mark Sutton / Motorsport Images
O projeto da Aston é, na melhor das hipóteses, tão convincente quanto o da McLaren, se não um pouco menos
E o ‘renascimento’ da McLaren a partir da metade de 2023 foi extraordinário. O novo chefe da equipe, Andrea Stella, observou ainda no lançamento do MCL60 que metas de desenvolvimento não haviam sido atingidas e que um período de sofrimento estava por vir. Uma atitude honesta e revigorante. Não houve nenhuma tentativa de enganar as pessoas. Stella também identificou o que precisava mudar, por isso reformulou a equipe técnica para promover uma mentalidade vencedora.
Isso permitiu que a McLaren transformasse sua temporada, deixando de ser uma equipe que marcou zero pontos nas duas primeiras corridas para emergir como a ameaça mais consistente e confiável à Red Bull. Isso aconteceu quando a Aston perdeu o rumo no desenvolvimento do AMR23 e caiu na ordem competitiva. As atualizações do carro da McLaren que sustentaram sua recuperação foram todas concebidas com o antigo túnel de vento e antes de novas contratações.
Mas Norris ressalta: “Eu quero ser campeão… E, nos últimos anos, houve dificuldades. Mesmo assim, sempre gostei de fazer parte de onde estou e de trabalhar com as pessoas com quem trabalho. Mas, de vez em quando, surge aquela dúvida: ‘Será que este é o lugar certo para atingir o objetivo?’. De vez em quando, pensava: ‘Será que estamos melhorando tanto quanto deveríamos, será que estou me dando as melhores oportunidades?’. Aí Andrea mudou as coisas ano passado.”
E o teto deve ser ainda mais alto. Em vez de depender do aluguel das instalações da Toyota em Colônia, o novo túnel de vento no Centro de Tecnologia da McLaren foi concluído e calibrado para começar a influenciar as atualizações que acabarão chegando.
A partir de 1º de janeiro, o engenheiro ex-Ferrari David Sanchez pôde começar oficialmente seu novo trabalho na McLaren. O mesmo aconteceu com Rob Marshall, o antigo diretor de engenharia da Red Bull.
Devido aos longos prazos de desenvolvimento e fabricação do carro de 2024 que será lançado nos testes de pré-temporada, haverá um intervalo de seis meses até que a influência deles seja realmente sentida. De qualquer forma, a dupla tem currículo excepcional e muita experiência. Como a McLaren ainda não está operando em seu potencial máximo, não é de se admirar que Norris esteja tão otimista quanto à sorte da equipe.
Foto de: Andy Hone / Motorsport Images
As atualizações do carro da McLaren para 2023 que sustentaram sua recuperação foram todas concebidas com o antigo túnel de vento e antes da chegada dos novos contratados
O piloto explicou: “Definitivamente, eu sempre quis estar convencido de que a McLaren é o meu futuro… Com a forma como mudamos as coisas no ano passado, e com o que sabemos, ainda podemos alcançar ainda mais coisas, também em termos de pessoal e infraestrutura. Ainda há coisas que estão entrando em operação e apenas se aquecendo. Sou parte da família e estou animado por fazer parte dela, especialmente na trajetória em que estamos”.
“Acho que esse tem sido o fator mais importante de tudo isso e estou animado para ver aonde isso vai nos levar. Agora, estou mais confiante de que posso realmente conquistar um campeonato? Se você me perguntasse no início do ano passado, talvez não pela McLaren. Mas agora acho que estou mais confiante do que nunca em dizer que será com a McLaren”, afirmou conclusivamente Norris.
Embora haja certamente um elemento poético na decisão de Norris de permanecer fiel à McLaren, essa lealdade é, na verdade, pouco mais do que um aparte para um piloto com uma carreira finita e com um desejo de vencer campeonatos. Felizmente, porém, permanecer na McLaren também é a escolha pragmática, já que ela parece estar firmemente no caminho certo. Que ele acredita, parece certo. A ver, também, como seu companheiro australiano Oscar Piastri impacta os planos do inglês.
Foto de: Mark Sutton / Motorsport Images
Ficar na McLaren também é a escolha pragmática, já que parece estar no caminho certo
Sai Barcelona, entra Madri: F1 muda DNA e pode perder GPs clássicos
ACOMPANHE NOSSO PODCAST GRATUITAMENTE:
[ad_2]
Link da fonte