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Exatamente um ano após o falecimento do fundador da Red Bull, Dietrich Mateschitz, a equipe de Milton Keynes não deu sinais de que está perdendo o brilho. Embora a temporada recorde da na Fórmula 1 tenha garantido o terceiro título consecutivo de pilotos, o segundo de construtores em dois anos e aumentado ainda mais o nível de sucesso da equipe, grandes mudanças aconteceram nos bastidores em um nível sênior.
Estava claro que essas mudanças iriam provocar certa incerteza externa sobre as novas funções e responsabilidades – e talvez elas tenham colaborado para alimentar os novos rumores de possíveis disputas de poder no topo da equipe. Mas será que essa especulação é baseada na realidade?
Foto de: Mark Sutton / Motorsport Images
Max Verstappen, Red Bull Racing, Christian Horner, chefe de equipe da Red Bull Racing, Adrian Newey, diretor de tecnologia da Red Bull Racing, a equipe da Red Bull Racing comemora após garantir o campeonato mundial de pilotos de 2023
Nova direção
Era inevitável que a trágica saída de alguém tão influente como Mateschitz fosse desencadear uma mudança interna na maneira como as coisas funcionam – e especialmente como a equipe de F1 trabalha com a empresa principal.
Com a saída de Mateschitz, a propriedade da empresa de bebidas energéticas agora está dividida entre seu filho Mark, que tem uma participação de 49%, e o bilionário tailandês Chalerm Yoovidhya, que tem o controle majoritário. Há também um novo CEO, Oliver Mintzlaff, que se familiarizou com o mundo da F1 – tendo se envolvido anteriormente com as atividades de futebol da Red Bull.
As mudanças levaram a uma revisão das atividades da Red Bull na F1, o que resultaram em seu comprometimento total para o futuro, além de uma busca para evoluir a AlphaTauri.
Mas a Red Bull chegou em Austin no centro de um rumor originado no Brasil sobre uma briga de poderes entre Horner e Marko. Estes sugerem que Horner estaria tentando manobrar a saída de Marko, e essa potencial guerra civil foi rapidamente minimizada por Max Verstappen.
“Eu vi que, de fora, as pessoas estão basicamente falando merda, porque o clima na equipe é muito bom. Todos sabem qual é o seu papel”.
Dizem que não há fumaça sem fogo, e outras dúvidas sobre a relação entre os chefes foram levantadas após Marko tecer comentários intrigantes.
“Tenho um contrato até o fim de 2024 e, no fim, é decisão dos acionistas, não de Christian Horner, e, no fim, sou eu quem decide”, disse Marko ao Motorsport-Total.com, site irmão do Motorsport.com na Alemanha.
Esses comentários podem ser interpretados como a confirmação de um problema em potencial entre a dupla. Porém, segundo Horner, isso não reflete a realidade.
Foto de: Jerry Andre / Motorsport Images
Dr. Helmut Marko, consultor da Red Bull Motorsport e Dietrich Mateschitz, CEO e fundador da Red Bull
Dinâmica corporativa
Apesar da dinâmica do papel de Marko dentro da Red Bull ter mudado após a morte de Mateschitz, Horner deixa claro que isso não alterou o modo de trabalho dos dois.
“Acho que um lado negativo de vencer muito é que chega um ponto no ano em que não há muito para escrever”, disse. “E como não estamos competindo, ou não há uma competição com outras equipes, é fácil para os outros jogarem pedras. É incrível quanta tração essas coisas recebem no novo mundo das mídias sociais que vivemos”.
“Mas nada mudou. Helmut, obviamente, perdeu um amigo em Dietrich, mas ele segue tão ativo quanto antes. E eu valorizo seu input. Falamos quase que diariamente, sobre qualquer problema que esteja acontecendo dentro da F1. Sempre tivemos uma relação forte de trabalho. E sempre foi uma forte parceria entre nós. Isso não mudou”.
Foto de: Lionel Ng / Motorsport Images
Helmut Marko, consultor, Red Bull Racing, Christian Horner, chefe de equipe, Red Bull Racing, Sergio Perez, Red Bull Racing
Apesar de existirem diferenças claras entre os dois, é a forma como Marko fala que o coloca em maus lençóis de tempos em tempos (como visto recentemente nos comentários sobre Pérez) e que podem causar incômodo em algumas partes da Red Bull.
Mas, igualmente, Horner vê valor em Marko. Além disso, ele acredita que ele teve – e ainda tem – um papel crítico em garantir que a Red Bull siga sendo a equipe de reação rápida que precisa ser para seguir dominando a F1.
“Acho que uma das questões com Helmut é que ele é brutalmente honesto. Essa é uma das grandes coisas de se trabalhar com ele, você sabe exatamente nossa posição. Sempre tivemos uma relação de trabalho forte e próxima. Acho que sua relação com Dietrich nos deu, e me deu, a liberdade de comandarmos o negócio. Não afundamos na burocracia corporativa”.
“Sempre pudemos manter a essência de operação de uma equipe de corrida, com decisões rápidas e decisivas, algo que ainda fazemos, mas de forma levemente diferente. Em vez de irmos direto para o presidente, agora temos uma conversa levemente maior que envolve os investidores”.
Foto de: Steven Tee / Motorsport Images
Christian Horner, diretor de equipe, Red Bull Racing
Apoio dos investidores
Apesar das mudanças após a morte de Mateschitz significarem uma estrutura diferente, lidando com a diretoria e Mintzlaff, Horner diz que a dinâmica é igual a de antes.
“Quando precisamos agir rápida ou decisivamente, eles fizeram isso, seja pela aquisição de um prédio ou uma decisão que precisava ser tomada na hora. Do ponto de vista da equipe, em nosso mundo, nada mudou. Para a Red Bull Racing, nada mudou na verdade, ainda seguimos com nossos negócios”.
“Claro, para a AlphaTauri, tivemos um pouco mais de mudanças, mas havia um compromisso absoluto dos investidores que eles não queria vender a equipe. Então houve uma reestruturação do gerenciamento que se alinha mais de perto com a Red Bull Racing, para aproveitar as sinergias que são possíveis dentro do regulamento”.
Foto de: Simon Galloway / Motorsport Images
Christian Horner, chefe de equipe da Red Bull Racing, Helmut Marko, consultor da Red Bull Racing, no Parc Ferme
O bonzinho e o malvado
O que é importante entender é que, apesar de Marko e Horner terem personalidades diferentes, as organizações se beneficiam de não terem pessoas idênticas nas posições seniores.
A Red Bull já se beneficiou em outros momentos dessa dinâmica de ‘bonzinho x malvadão’ e, de certa forma, isso já ajudou Horner também.
“São pessoas muito diferentes em vários aspectos, mas somos muito similares em outros: na paixão que temos pela equipe e o desejo de vencer e o compromisso de vencer. Mas tudo evolui. E se eu olhar para a Red Bull Racing hoje, comparado ao passado, ou o envolvimento da Red Bull na F1 comparado à nossa entrada no esporte, mudou muito”.
“Éramos pouco mais de 400 pessoas quando a Red Bull comprou a Jaguar. Hoje já somos mais de 1600 em todo o grupo. É um grande negócio que evoluiu. Eu olho para o meu papel hoje comparado a quando eu comecei – é bem maior do que era em 2005”.
Foto de: Sutton Images
David Coulthard, Red Bull Racing RB01
Horner não se sente alarmado pela forma como a organização Red Bull se adaptou às mudanças nos últimos 12 meses – e acredita que ele pessoalmente tem exatamente o que é necessário para fazer com que a equipe siga evoluindo.
“Assim como a Red Bull vem mantendo seu sucesso no mercado mainstream, eu tive a liberdade e autonomia para seguir, o que é importante na F1. É uma das razões por trás de nosso sucesso há quase 20 anos. Tivemos um apoio tremendo. Investimos em um novo túnel de vento, que foi autorizado por ambos os investidores”.
“Estamos investindo na infraestrutura e no campus para criar um campus tecnológico real para atrair e desenvolver talentos. Então nada mudou: o compromisso é absoluto, nossa força sempre foi nosso pessoal. E acredito que temos o grupo técnico mais forte que já tivemos”.
“Operacionalmente, somos fortes. Não vejo fraquezas na organização. E isso não significa que não podemos melhorar ainda mais. Sempre podemos melhorar, e estamos sempre aprendendo, mas acho que a Red Bull Racing está na melhor forma de sua história”.
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