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O RB19 da Red Bull já está quebrando recordes e deve entrar para a história como um dos carros de maior sucesso da história da Fórmula 1. De fato, a não ser que Max Verstappen e Sergio Pérez sofram com um grande azar em algum momento da segunda metade da temporada, a equipe austríaca pode fazer uma inédita limpa na categoria, vencendo todas as provas.
Mas enquanto o RB19 deixa todos perdidos, a percepção da própria Red Bull sobre o carro é bem diferente, porque a equipe não vê o modelo como esse competidor de destaque que entrega algo super espetacular. É simplesmente um carro decente em todas as áreas.
Como dito pelo diretor técnico Pierre Wache ao Motorsport.com: “Ele é bom na média em tudo, e isso cria um bom carro. Ele não é muito bom em um aspecto. Porque pensamos que ele é bom porque somos mais rápido que os outros, mas fundamente não diria que fizemos um trabalho fantástico. Fizemos um bom trabalho”.
“Eu fiquei mais surpreso pelos outros, que não fizeram um bom trabalho, por assim dizer. É por isso que nossas expectativas mudaram em relação ao começo do ano. Não quero ser modesto, mas quando você vê algumas equipes em três corridas ganhando um segundo por volta, significa que, se você unir tudo, fará algo decente. Não é preciso dois anos de desenvolvimento”.
As previsões para 2023
Max Verstappen, Red Bull Racing, Sergio Perez, Red Bull Racing
Photo by: Erik Junius
Apesar da Red Bull ter terminado 2022 de forma forte, vencendo 10 das 11 últimas corridas, a equipe temia estar de volta à disputa neste ano. A equipe acreditava que a combinação das novidades do assoalho, a Mercedes acertando a direção com o zeropod e a Ferrari mudando cedo o foco para 2023 criaria uma briga tripla pelo título.
Ser imparável, vencendo todas as corridas do ano até aqui, certamente não é algo que eles pensavam.
“Não contávamos com isso”, disse Wache. “Contávamos que estaríamos no meio da luta pela vitória com a Mercedes e a Ferrari. Pensávamos que nossa vantagem no fim do ano passado não era forte o suficiente. E a mudança no regulamento do assoalho, aumentando a borda, traria essas equipes de volta”.
“Então a perda de performance que esperávamos ter entre as temporadas, especialmente após outubro com a redução do túnel de vento, seria difícil de atingir o sucesso. Então sim, foi uma surpresa no começo da temporada”.
Um meio-termo melhor
Max Verstappen, Red Bull Racing RB19
Photo by: Erik Junius
O nível de domínio da Red Bull neste ano fez com que rivais e observadores buscassem respostas sobre porque a equipe acertou tanto com o RB19. E, com o tempo passando, parece haver um consenso cada vez maior de que não há um super elemento que se destaca. Assim, como Wache disse, o RB19 é “bom na média” em cada área.
Parece ser mais sobre como o pacote inteiro trabalha holisticamente, em aerodinâmica (em downforce e arrasto), pilotagem, sensação, suspensão e ajuste. Alguns apontam que a histórica vantagem da Red Bull em dinâmica veicular está ajudando agora, mas Wache não está totalmente convencido disso.
Na verdade, ele acha que o RB19 se destaca por causa dos compromissos necessários para tornar os carros com efeito solo rápidos são menores do que os rivais.
“Não acho que entendemos mais que os outros, acho que é mais sobre um compromisso melhor que os outros. Acho que todos entendem mais ou menos como a influência da aderência mecânica começa a ser maior que no passado, e a rigidez tem um grande papel nisso”.
“Então a ligação entre a característica aerodinâmica e como você precisa utilizá-la no carro é maior que antes. Além disso, o regulamento removeu alguns amortecedores [inertes] que eram úteis, e seriam ainda mais agora. Acho que é como desenvolvemos o carro. Não é porque entendemos melhor”.
A punição do túnel de vento
Sergio Perez, Red Bull Racing RB19, Max Verstappen, Red Bull Racing RB19
Photo by: Steven Tee / Motorsport Images
O que tem sido particularmente impressionante sobre a vantagem da Red Bull neste ano é o fato dela ter sido mantida e até mesmo aumentada apesar da equipe ter a desvantagem de ter menos tempo de túnel de vento e CFD.
Isso se deu pelo fato da equipe ter vencido o Mundial de Construtores em 2022, além de uma redução de mais 10% por terem violado o teto orçamentário de 2021. No momento, a equipe tem apenas 63% do tempo de túnel de vento em comparação aos 75% da Mercedes, 80% da Aston Martin e 95% da McLaren.
E enquanto há desvantagens claras por ter menos tempo de túnel de vento, Wache também sugere algo interessante: estar ciente do déficit forçou a equipe a ser mais ‘ligeira’ e tática em sua abordagem.
“Em nosso caso, para ser honesto, certamente há uma desvantagem. Mas é uma vantagem, forçando a equipe a garantir que você não explore coisas inúteis. A eficiência precisa ser revisada, sendo que antes não era. Isso também aumenta nossa fome, especialmente na equipe técnica, porque não entendemos esse tipo de penalização por termos feito um bom trabalho”.
“Eles entendem isso como um ataque pessoal, então eles farão um trabalho ainda melhor por isso, e a motivação é ainda maior. Então há vantagens”.
E a fraqueza?
Max Verstappen, Red Bull Racing RB19
Photo by: Zak Mauger / Motorsport Images
Apesar do RB19 ter vencido todas as corridas do ano até aqui, as coisas não tem sido fáceis em tudo, e fica claro que o desafio dos rivais ainda tem alguma força. E a Red Bull não está apenas sentada esperando que a boa vida siga acontecendo, afirmando que há fraquezas que precisam ser resolvidas para manter o sucesso.
Questionado se há problemas com o carro que o mantém acordado a noite, Wache disse: “Tudo me deixa acordado a noite! Acho que a equipe é boa porque ainda somos realistas. Não damos nada como garantido com as outras equipes”.
“Acho que nas [pistas] de alto downforce, como Budapeste e Mônaco, nossas fraquezas aparecem. E na classificação, nas baixas velocidades. Acho que ali algumas equipes tem algo melhor que o nosso, e é algo que precisamos melhorar”.
E é essa atitude pé no chão que deixa Wache cético sobre colocar o RB19 como um dos maiores carros de todos os tempos, mesmo que estatisticamente se torne o mais bem-sucedido.
“Não acho. Talvez perceberemos isso no próximo ano, porque espero que o próximo carro seja melhor que esse. O sucesso é ótimo, mas acho que é uma combinação de carro e piloto. Claro, também todo o trabalho feito desde 2014 com a reconstrução da equipe, os novatos chegando, a nova organização e tudo junto criou o que tivemos agora. Isso não veio rápido, nem por sorte”.
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