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Os pilotos treinam duramente todas as partes de seu corpo, para resistir as quase duas horas de exigência máxima que é preciso em uma corrida de Fórmula 1. É lógico que eles precisam ter braços fortes para mover o volante de um lado ao outro, além de pernas em condições de lidar com o freio e parar o carro a mais de 300km/h e uma resistência às altas temperaturas.
Porém, uma das características que mais chamam a atenção no tipo físico dos pilotos são seus pescoços, já que costuma ser mais largo que o de uma pessoa normal, chegando ao tamanho visto em boxeadores, que devem aguentar os golpes dos rivais.
Isso se deve às forças G, às quais eles devem resistir de forma contínua nas curvas, onde suportam até quatro ou cinco vezes o peso da cabeça em cada curva. As forças G, ou gravidade, fazem com que os pilotos se movam dentro do carro para frente, para trás e para os lados, e isso causa uma tensão no pescoço, que deve ser altamente treinado e fortalecido.
O diretor de rendimento para automobilismo na Hintsa Performance e ex-treinador de Sebastian Vettel, Antti Kontsas, explicou em um dos podcasts oficiais da F1, como que era o treinamento para essa parte delicada e curiosa do corpo, e os motivos por trás disso, já que é algo bem incomum.
“A verdadeira razão pela qual o pescoço é tão importante é porque você precisa ver onde vai. É uma questão de precisão. Estamos falando de décimos, centésimos de segundo, e se você não vê exatamente onde está indo, sem poder ir direito pela pista, não terá chance nenhuma de ganhar esse centésimo”.
“Quando você começa a olhar a câmera do capacete, você percebe o quanto que os pilotos movem a cabeça, e o quão difícil é de chegar perfeitamente a esses vértices. Quando mais estável for sua cabeça, mais informações seu cérebro recebe, e isso pode guiar suas decisões enquanto pilota pela pista”.
No entanto, ter uma parte superior do corpo forte e em forma pode causar também problemas no dia-a-dia dos pilotos, como explicou Alexander Rossi, ex-F1 e hoje na Indy.
“É muito chato quando você vai comprar um terno. As pessoas olham para você e dizem: ‘ah, você tem pescoço tamanho 15’, e você precisa corrigir dizendo que é tamanho 18. É um desafio”, brincou.
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