A Red Bull vem produzindo performances surpreendentes na temporada 2023 da Fórmula 1 graças a uma grande vantagem que Max Verstappen e Sergio Pérez aproveitam quando o DRS está acionado. E o time austríaco admite surpresa ao ver que os rivais demoraram tanto para entender porque a asa móvel do RB19 é tão efetiva.

Ao longo do primeiro semestre, os rivais olharam de perto para entender se havia um truque inteligente da Red Bull na entrega desse acréscimo de velocidade. Até Lewis Hamilton levantou intrigas sobre o que a equipe estava fazendo, questionando porque a vantagem do DRS parecia ter sumido no Hungaroring, uma pista de alto downforce.

Mas, como revelado pelo Motorsport.com, há um consenso crescente que a chave da vantagem do DRS da Red Bull está na proporção de arrasto equilibrado entre a asa traseira e a asa beam. Como o RB19 é tão estável na traseira, a equipe consegue se dar bem mesmo com uma asa beam muito menor, muitas vezes montada com um único elemento, em comparação aos rivais.

Isso significa que a asa traseira contribui com um percentual maior do arrasto geral em reta. Assim, quando o DRS é ativado, ele se livra de mais resistência do ar. Em pistas onde o downforce é mais importante que a eficiência aerodinâmica, como na Hungria, a Red Bull segue outras equipes com uma asa beam maior por causa dos benefícios de performance, minimizando a ação do DRS.

Agora as rivais começaram a desenvolver seus carros na direção da Red Bull, mas aceitam que reduzir as asas beam é complicado por causa da quantidade de downforce que elas entregam para ajudar a estabilizar a traseira dos carros.

Sergio Perez, Red Bull Racing RB19, rear wing detail

Photo by: Mark Sutton

O diretor técnico da Red Bull, Pierre Wache, disse que não há grandes segredos usados pela equipe, e revelou surpresa pelo fatos dos rivais terem demorado para entender algo que a equipe vem fazendo desde o começo do regulamento de 2022.

“O que é louco é que as pessoas estão falando disso dois anos depois de termos introduzido”, disse Wache ao Motorsport.com. “Tivemos centenas de testes da FIA para checar se havia um truque ou o que quer que seja, e as pessoas não entendiam porque a vantagem sumia nas pistas de alto downforce”.

“Ok, isso significa que eles ainda não entenderam. Isso nos surpreendeu”.

Andrea Stella, chefe da McLaren, sugeriu recentemente que a vantagem da Red Bull com o DRS seguirá por enquanto, porque a equipe tem uma dianteira com o design.

“Eles seguem esse conceito há algum tempo”, disse Stella ao Motorsport.com. “Então acho que eles têm uma vantagem pela experiência no desenvolvimento desse tipo de configuração. Acho que isso se tornou aparente com o tempo. Acho que todas as equipes estão vendo como é possível explorar o desenvolvimento nessa direção”.

Podcast #243 – Quem faz da F1 em 2023 um verdadeiro fiasco?

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