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A administração municipal de São Paulo vem conseguindo, em conjunto com promotores, grandes feitos para a maior cidade do Brasil ao trazer grandes categorias para etapas no Brasil, mas ao mesmo tempo, recebe críticas ao supostamente não dar a devida prioridade ao esporte a motor quanto à realização de alguns megafestivais no Autódromo de Interlagos.
A equipe do Motorsport.com conversou com exclusividade com o presidente da São Paulo Turismo (SPTuris) Gustavo Pires, entidade responsável pelo Autódromo de Interlagos e o complexo do Anhembi, que esclareceu como é feita a escolha dos eventos musicais, defendendo que o principal critério é sobre qual conseguirá ter um maior retorno para a cidade, trazendo “comida na mesa”.
“A SPTuris não faz o calendário do autódromo, então não é a SPTuris que define isso, mas os eventos estratégicos da cidade de São Paulo têm prioridade sobre qualquer espaço público. Se, por exemplo, o The Town está no calendário dos eventos e uma etapa do automobilismo não está, o The Town tem a prioridade, isso é lei, faz parte da Comissão de Calendários Estratégicos.”
“Agora, eventos como o Lollapalooza e o The Town têm um apelo diferente para a cidade, e as obras sendo feitas no autódromo é também para o automobilismo não ser prejudicado por conta desses megafestivais, mas é uma linha de raciocínio da gestão, tirando esses dois festivais, a prioridade do autódromo é o automobilismo”
“As datas no autódromo se dão por chamamento público, o autódromo não fica sob a gerência da SPTuris, mas um evento como o The Town tem um grande apelo de impacto econômico com geração de emprego. As reformas e adequações do autódromo, com uma parcela sendo feita pela SP Turis, estão sendo feitas ouvindo o Lollapalooza, ouvindo o The Town, ouvindo a F1 e ouvindo os principais players que tem eventos no autódromo.”
“Acredito sim que o autódromo tem que ser prioritariamente de automobilismo, é claro que o Lollapalooza e o The Town têm o apelo que tem e o que eles geram para a cidade é inegável, é comida na mesa das pessoas, e nada é mais importante do que isso, mas valorizamos o automobilismo no autódromo.”
Vista aérea do Autódromo de Interlagos
Photo by: Duda Bairros
F1, Fórmula E, WEC e…?
A partir de 2024, três das principais categorias FIA estarão em São Paulo em locais que são administrados pela SPTuris, como o Autódromo de Interlagos e o Anhembi, com a Fórmula 1, Fórmula E e também o Mundial de Endurance da FIA (WEC).
Gustavo Pires, que se diz um grande amante do esporte a motor, contou sobre como essas competições chegaram à cidade, fazendo com que ela se torne a “capital mundial do automobilismo”.
“Eu era secretário executivo do prefeito Bruno Covas quando a equipe da Secretaria de Turismo intermediou as negociações entre a F1 e a prefeitura, para manter a F1 em São Paulo. Pouco se noticiou isso na época, mas o grande responsável por manter a F1 em São Paulo e no Brasil foi o prefeito Bruno Covas. Eu fiz parte dessa equipe.”
“Depois do falecimento de Bruno Covas, o prefeito Ricardo Nunes me convidou para ser chefe de gabinete da SPTuris, e na sequência, me tornou presidente da empresa e desde que chegamos à SPTuris, o que estamos tentando fazer é fomentar o turismo, gerando emprego e renda por meio dos eventos, então vamos atrás dos maiores eventos do mundo, os que são transmitidos para diversos países que ponham a marca da cidade de São Paulo e os que têm grande retorno para a cidade também.”
“Isso não aconteceu só com o automobilismo, conversamos com outros eventos esportivos, mas tanto Fórmula E quanto WEC, tivemos uma sinergia muito grande desde o início. As duas categorias queriam vir para São Paulo, e a gente, por um conhecimento nosso de automobilismo, sabíamos o tamanho dessas categorias, do tamanho desses eventos para a cidade, então foram dois processos muito rápidos, que dentro da administração pública ocorreram em meses.”
Fórmula E em São Paulo
Photo by: Sam Bagnall / Motorsport Images
Indy?
Um dos rumores sobre o calendário da Indy para 2024 era o retorno da maior categoria de monopostos dos Estados Unidos ao Brasil, mais especificamente em São Paulo. Mas, segundo apurado pelo Motorsport.com, esse rumor perdeu força nas últimas semanas, com uma etapa na Argentina sendo a mais provável se a Indy voltar a sair do país.
Mas, Gustavo Pires confirmou o desejo de receber a categoria, desta vez no Autódromo de Interlagos e não no Anhembi, palco das últimas edições no Brasil.
“É um sonho nosso. Por parte da prefeitura e SPTuris, o processo da Indy está feito, está montado. Sabemos quanto a gente vai precisar investir, a Indy já sabe disso e é bom para eles, o autódromo tem totais condições de receber, sabemos o que precisa ser feito. A bola está com eles.”
Indy em São Paulo, no Anhembi
Photo by: IndyCar Series
Na sequência, o presidente da SPTuris admitiu conversas com a MotoGP, mas que logo caíram por conta da estrutura atual de Interlagos, além de outros esportes.
“Enxergamos hoje São Paulo como a capital mundial do automobilismo, não acho que seja Londres, tanto pelos eventos que trazemos, quanto pelo nosso histórico de pilotos. Sabemos que tem um público que consome.”
“Em outra oportunidade, conversamos com a MotoGP, mas Interlagos não poderia receber a categoria, muito por conta da brita e a falta de área de escape para os pilotos não correrem tantos riscos.”
“Estamos abertos sempre a ter eventos de tamanho mundial, isso é algo que é a marca de nossa gestão, que a gente quer imprimir. No caso do automobilismo, eu ainda gosto do esporte, mas se o mundial de esgrima trouxer emprego e renda para São Paulo, eu quero conversar com eles, temos conversas com tênis de mesa, eventos como NBA e NFL que conversamos muito”, concluiu.
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