F1 2023: Daniel Ricciardo é piloto reserva da RBR, sua ex-equipe — Foto: Mark Thompson/Getty Images
Horas depois da imprensa holandesa noticiar a demissão imediata de Nyck de Vries, a Red Bull não só confirmou a informação como anunciou Daniel Ricciardo como substituto do piloto na AlphaTauri a partir do GP da Hungria
Daniel Ricciardo está de volta ao grid da Fórmula 1. Conforme noticiado pela imprensa holandesa nesta terça-feira (11), o australiano assume a vaga de Nyck de Vries na AlphaTauri já a partir do GP da Hungria, que acontece entre os dias 21 e 23 de julho. A confirmação foi feita pela Red Bull em seguida.
A informação foi dada inicialmente pelo veterano jornalista de automobilismo da Holanda, Allard Kalff e repetida pelo jornal De Telegraaf, de maior circulação no país. Decisão veio após dez corridas sem nenhum ponto.
“Não há qualquer dúvida quanto a habilidade de pilotagem, e ele já conhece muitos de nós, então a integração será fácil e direta. A equipe também vai ganhar muito com a experiência dele, uma vez que é um piloto de oito vitórias na Fórmula 1. Quero agradecer a Nyck pela contribuição valiosa durante o período em que esteve com a AlphaTauri. Desejo tudo de melhor no futuro”, disse Franz Tost, chefe do time sediado em Faenza.
Foto: Red Bull Content Pool
“Estou animado por voltar à pista com a família Red Bull”, comemorou Ricciardo.
De Vries foi a escolha da equipe de Faenza para a vaga de Pierre Gasly, enfim liberado para assinar contrato com a Alpine após muita relutância dos taurinos. Mas a demora em abrir mão do francês não era sem fundamento: na verdade, De Vries nunca foi a primeira opção da cúpula de Milton Keynes para ocupar o cockpit da AlphaTauri. A equipe deixou claro na ocasião que queria Colton Herta, piloto da Indy, porém o americano deixou de ser cotado por não ter a superlicença exigida pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA).
A entidade chegou a cogitar uma exceção a Herta, mas a hipótese foi bastante criticada. A FIA, então, negou a permissão do passe, obrigando a AlphaTauri a ter de olhar para a própria academia ou mesmo considerar mais alternativas. E como Helmut Marko foi taxativo ao dizer que não subiria ninguém da base para 2023, a sorte sorriu para De Vries.
Como Ralf Schumacher declarou em entrevista recente à Sky Alemã, o holandês campeão da Fórmula 2 em 2019 estava “no lugar certo, na hora certa”: o GP da Itália de 2022, em que foi chamado às pressas para substituir Alexander Albon, acometido de uma apendicite. Na corrida em questão, o piloto brilhou e conseguiu levar a Williams aos pontos, uma performance que deixou muitos na F1 impressionados.
A Red Bull acabou sendo uma dessas equipes, e não pensou duas vezes: trouxe De Vries para o lugar de Gasly para formar dupla com Yuki Tsunoda na AlphaTauri. Só que o tiro saiu pela culatra, embora a equipe italiana agisse de maneira mais cuidadosa e tirasse um tanto da responsabilidade dos ombros do piloto. De Vries até deu demonstração de reação com o 12º lugar no GP de Mônaco, mas foi apenas o que conseguiu como melhor resultado com uma AT04 que é, em algumas pistas, o pior carro da F1.
E fica pior na comparação com Tsunoda, que conquistou pontos em duas provas e brigou forte em três outras, sendo 11º colocado. No GP da Inglaterra do último fim de semana, a AlphaTauri voltou a sofrer e viu Tsunoda e De Vries terminarem em 16º e 17º. Nyck é um dos dois pilotos que está zerado em pontos, com o jovem Logan Sargeant sendo o outro.
Quanto a Ricciardo, o australiano está fora do grid desde o fim do ano passado, quando foi demitido da McLaren após dois anos muito difíceis, e voltou à Red Bull, agora como piloto reserva e de testes. Nesta terça-feira (11), inclusive, foi à pista de Silverstone com o RB19 para testes de pneus da Pirelli.
Sobre a chance de guiar o carro da Red Bull, Ricciardo falou ao SpeedCity que estava “pronto e ansioso” para a missão e ainda desconversou quando foi questionado especificamente sobre a equipe de Faenza: “Nunca se sabe, nunca se sabe… então estou me preparando.”
Ricciardo defendeu a Toro Rosso, antigo nome da AlphaTauri, por duas temporadas entre 2012 e 2013, após um empréstimo de algumas corridas para a HRT no fim de 2011. De lá, subiu para a Red Bull e substituiu Mark Webber em 2013. Saiu da marca taurina rumo à Renault apenas em 2019, onde ficou por dois anos, antes dos também dois campeonatos com a McLaren.